domingo, 28 de abril de 2024

NÃO PRECISA DE SITES OU APLICATIVOS PAGOS PARA CONVERTER PDF EM WORD

História de Viny Mathias – IGN Brasil

Embora os PDFs sejam essenciais para o envio de documentos mantendo o formato e o conteúdo, na hora de fazer alterações as coisas ficam complicadas se não tivermos o arquivo original. Porém, o site parceiro Genbeta mostrou que não precisamos de sites ou aplicativos pagos para converter um PDF em Word além de uma conta do Gmail.

Embora seja verdade que existe um bom conjunto de sites que nos permitem conversões e outras opções, a realidade é que às vezes pensamos duas vezes quando enviamos os nossos artigos para uma página que não conhecemos. Muitas vezes um site qualquer simplesmente não nos oferece tanta liberdade ou possui uma função paga.

Veja como converter PDF em Word usando apenas internet e o Gmail (Imagem: Montagem/Xtaka)

Veja como converter PDF em Word usando apenas internet e o Gmail (Imagem: Montagem/Xtaka)© Fornecido por IGN Brasil

Como converter PDF em Word?

São muitas as situações em que temos interesse em converter um PDF para Word, seja a nível acadêmico, profissional ou pessoal, e também uma longa lista de opções para o fazer, mas de forma gratuita, sem instalar nada e com software confiável que nós temos em mãos, a lista é consideravelmente reduzida. Por isso uma conta Google resolve facilmente.

Como transferir um PDF para Word com uma conta Google

O processo é tão simples quanto entrar no Gmail com as credenciais e acessar o Google Drive. Basta simplesmente carregar o arquivo PDF para o serviço de armazenamento do Google. Assim, basta arrastá-lo para ‘Novo‘ > ‘Upload de arquivo‘ e localizar o documento lá.

Quando o documento for carregado no Drive, basta abri-lo. Na parte superior central aparecerá a opção de ‘Abrir com o Google Docs‘. Ao tocar lá, o arquivo agora será editável e poderemos modificar o que quisermos com o processador de texto do Google.

Uma vez modificado, podemos salvar uma cópia desse arquivo em nosso Google Drive ou baixá-lo para enviar ou trabalhar localmente. Dentro de ‘Arquivo’, você fazer uma cópia ou fazer download. Esta última possibilidade é o ponto-chave: você pode salvar em alguns formatos diferentes, incluindo o próprio PDF e também o Word.

Portanto, se você não gosta de aplicativos e sites não oficiais para carregar documentos importantes, basta usar uma conta de Gmail para converter arquivos PDF em Word. Você só precisará do e-mail e de internet.

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USO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICAL AJUDA OS PROFESSORES A MELHORAREM AS SUAS AULAS

 

História de Paulo Reda – Jornal Estadão

Gestores e profissionais das escolas têm se visto diante de um novo e grande desafio no último ano: como incorporar as tecnologias de Inteligência Artificial (IA), como o ChatGPT, à rotina pedagógica? Parte dos professores viram na ferramenta uma ameaça à qualidade do aprendizado, mas aos poucos as instituições e os próprios docentes buscam incorporar a tecnologia.

Alunos usando óculos de realidade virtual Foto: ADOBE STOCK

Alunos usando óculos de realidade virtual Foto: ADOBE STOCK© Fornecido por Estadão

De acordo com Marcelo Krokoscz, diretor do Colégio Fecap, em São Paulo, no início de 2024 o uso da IA foi tema de formação local dos docentes. “Temos cursos técnicos nessa área. Chamamos os professores para explicar essa nova tecnologia aos colegas. Foram apresentadas sugestões de uso, para auxiliar em pesquisas e avaliações. Todas as ideias estão sendo debatidas e testadas.”

Krokoscz afirma que recentemente foi feita uma enquete no colégio e cerca de 60% dos professores já estão utilizando as tecnologias de IA. “Mas o espaço de tempo ainda é curto para avaliação de desempenho.”

Para ele, do ponto de vista da integridade científica, ainda há preocupações e lacunas. “A norma ABNT (as regras técnicas do País) teve sua última atualização em 2018, muito antes do surgimento dessas tecnologias. Precisamos de um modelo para IA e também educar os professores e estudantes para a transparência.”

Bruno Alvarez, diretor do Colégio Pentágono, também relata a necessidade de “algumas medidas para que o corpo de professores e educadores fosse instruído”.

Segundo Alvarez, nesse momento a escola trabalha para a inserção oficial do uso de IA em seu currículo. “Já trabalhávamos habilidades em computação. Mas precisamos fazer a inserção dessas disciplinas, que ainda não fazem parte do currículo oficial brasileiro. Tivemos de buscar subsídios em algumas experiências internacionais.”

Para ele, o Brasil como um todo ainda está atrasado. “É importante o diálogo com os educadores, mostrar que essas ferramentas podem ser usadas a seu favor. Pegar exemplos de boas práticas. Precisamos ter abordagem que não seja apenas técnica, mas holística.”

Maria Eduarda Menezes, coordenadora de Edtech da Beacon School, explica que no início de 2023 a escola iniciou um processo de formação continuada com os professores sobre modelos de IA generativa, como o ChatGPT. “Os professores inicialmente estavam meio inseguros. Alguns já tinham usado; outros não.”

Especialistas afirmam que tecnologia facilita a rotina na sala de aula, mas é preciso ter conhecimento para usar bem os recursos Foto: ADOBE STOCK

Especialistas afirmam que tecnologia facilita a rotina na sala de aula, mas é preciso ter conhecimento para usar bem os recursos Foto: ADOBE STOCK© Fornecido por Estadão

Segundo ela, o colégio elaborou um documento norteador para a aplicação das novas tecnologias, mas a intenção é que os professores usem de acordo com suas necessidades. “Banir seria um caminho errado. A solução é utilizar as ferramentas de forma orientada e ética.”

Por causa da urgência das instituições de se adaptarem a um novo momento, já surgiram até empresas especializadas em desenvolver soluções de IA para a Educação. Felipe Menezes, CEO da Maxia, afirma que a empresa iniciou pesquisas sobre IA por volta de 2017, mas apenas quatro anos depois começou a interagir com as escolas.

“Não temos encontrado dificuldade nessa abordagem, já que essa tecnologia já está consolidada. Mas muitas vezes as escolas não sabem como implementar.”

Menezes destaca que foi desenvolvido um sistema que avalia, por meio de redações dos estudantes, dados sobre seus aspectos comportamentais, cognitivos e psicométricos, que auxiliam professores na orientação discente dos alunos e no desenvolvimento do material pedagógico.

Ele explica que atualmente a empresa desenvolve um sistema, que será testado em algumas escolas, que consegue ler uma redação manuscrita e fazer a avaliação com base nos critérios do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Marcos Facó, diretor de Comunicação da Fundação Getúlio Vargas (FGV), reforça a tese de que a universidade de início se deparou com o ChatGPT e outros equivalentes com certa suspeita. “Mas logo depois, nos demos conta de que era uma tecnologia que veio para ficar. O primeiro desafio nesse contexto era como fazer para nos adaptarmos a ela.”

De acordo com ele, inicialmente a FGV usou a IA somente para a criação de chatbots para o esclarecimento de dúvidas. O uso de bots para outras atividades, como mentoria, ainda está “em fase de implantação”.

Mas a tendência é que a tecnologia passe a ser utilizada também para uma série de tarefas, como correção de provas e análise de possíveis fraudes em trabalhos. “Hoje já existem plataformas que avaliam se um texto foi criado por inteligência artificial.”

Facó ressalta o fato de que atualmente todos estão aprendendo a utilizar as ferramentas de IA. “No nosso caso, a utilização fica a critério de cada professor. Não existe orientação única nesse sentido. Alguns usam até para preparar prova ou para corrigir. Isso poupa muito tempo.”

Para ele, a IA é uma tecnologia que ajuda. “O desafio do professor é saber como proceder nessa nova realidade. “Mudou tudo: a forma de avaliar, de preparar aula.” Ele alerta, contudo, que há riscos de formação de profissionais menos preparados caso a tecnologia seja utilizada de forma incorreta.

“Esse é o maior desafio para a educação a médio prazo. Qual será o papel do professor? A máquina não avalia contexto social e pessoal de aluno. Hoje não temos a visão clara do que vai acontecer em algum tempo.”

Wilson Rodrigues, diretor da Faculdade do Comércio (FAC) de São Paulo, acredita que todos os avanços tecnológicos precisam ser abraçados. “Os jovens gastam nove horas e meia por dia usando equipamentos eletrônicos. Com educação, o mesmo uso de tempo é de 4 horas, em média.” Para ele, a utilização de ferramentas digitais é inevitável. “Represar é irracional.”

Rodrigues alerta, porém, que é preciso ter formação para utilizar corretamente. “Seja uma simples ferramenta de busca ou o ChatGPT, isso exige domínio da linguagem. É importante que a aplicação das ferramentas passe por curadoria.”

Segundo Rodrigues, os professores da FAC estão preparados para uso de IA, mas ele não acredita que essa seja uma realidade disseminada pelo País. “Para criação de conteúdos, os professores já usam IA, mas para elaboração de provas, ainda não.”

Neste mês o governo do Estado de São Paulo sugeriu aos professores usar o ChatGPT para aprimorar aulas. E não houve consenso.

GOOGLE NÃO FARÁ ANÚNCIOS POLÍTICOS NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES

História de admin3 – IstoÉ

O Google vai proibir, a partir de maio deste ano, o impulsionamento de propagandas políticas em todas as suas plataformas. A medida atende as exigências do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que quer restringir o uso de inteligência artificial (IA) nos anúncios eleitorais e combater a circulação de fake news. A decisão divide a opinião de especialistas, que analisam que os candidatos vão perder importantes ferramentas para divulgar as campanhas, tendo que buscar o serviço nas redes sociais como Facebook, Instagram e o X (antigo Twitter).

A nova política do Google proíbe a circulação de qualquer tipo de anúncio que fale sobre eleições, partidos políticos, federações e coligações, cargos eletivos, propostas de governo, projetos de lei, exercício do direito ao voto e de outros direitos políticos ou matérias relacionadas ao processo eleitoral. A medida vale para todas as plataformas da big tech, como o YouTube, por exemplo.

O Google seguiu a resolução nº 23.732 do TSE, que determinou que os provedores de propagandas pagas na internet devem “manter repositório desses anúncios para acompanhamento, em tempo real, do conteúdo, dos valores, dos responsáveis pelo pagamento e das características dos grupos populacionais que compõem a audiência”.

Estadão apurou que a big tech discutiu, ao longo dos últimos dois meses, formas de cumprir as regras do TSE. Em nota, o Google afirma que a proibição das propagandas políticas foi determinada para “não mais permitir a veiculação de anúncios políticos no País”. “Temos o compromisso global de apoiar a integridade das eleições e continuaremos a dialogar com autoridades em relação a este assunto”, disse a empresa.

De acordo com Marcelo Crespo, coordenador de Direito da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), a mudança deve ser um “teste” para o controle dos anúncios publicitários nas eleições de 2026. O especialista vê como ponto positivo a possível diminuição de conteúdos inverídicos que podem ser impulsionados pela big tech. Porém, um fator negativo apontado por ele é a impossibilidade de utilização do Google por campanhas que querem alcançar potenciais eleitores.

“É uma plataforma que tem um poder muito grande sobre a sociedade, e precisa ter uma noção de responsabilidade para que a democracia seja respeitada. Talvez o impacto seja positivo na perspectiva de que a gente tenha menos fake news. O impacto negativo talvez seja que, se um candidato quiser veicular seu conteúdo por ali, ele não vai conseguir”, disse Crespo.

Redes sociais devem ter monopólio de anúncios políticos nas eleições, aponta especialista

A decisão da big tech não impede que anúncios políticos sejam impulsionados pelas redes sociais. Para Marcelo Crespo, será necessário analisar se os candidatos irão procurar impulsionar as suas campanhas em plataformas como o Facebook, o X (antigo Twitter) e o Instagram. “Embora o Google seja muito relevante, a tecnologia não é apenas o Google. Nós temos as plataformas de rede sociais e os aplicativos de mensagens. São outros âmbitos de atuação dos candidatos, e será preciso monitorar eles para analisar os impactos”, disse o diretor da ESPM.

Maria Carolina Lopes, especialista em Democracia e Comunicação Digital, considera que a proibição por parte da big tech deve dar para a Meta – conglomerado de mídia que reúne o Facebook e o Instagram – o monopólio dos anúncios políticos nas eleições deste ano.

“A Meta não vai mais precisar dividir essa fatia com o Google. Pensando como empresa, é um ganho. Por outro lado, se o custo moral e político ficar muito alto, ela pode ir na mesma direção. Assim, zeraríamos o jogo das campanhas impulsionadas na internet”, afirmou a especialista.

Segundo Maria Carolina, o Google possibilita a criação de anúncios de maior qualidade comparado à Meta. A especialista explica que as campanhas tinham a oportunidade de impulsionar buscas para websites com propostas e por palavras-chave e de impulsionar vídeos pelo YouTube. “A democracia perde sem essas possibilidades e com a concentração de mercado”, analisou.

Estadão procurou a Meta, mas não obteve retorno.

 

PRESIDENTE DA CÂMARA PRETENDE LIMITAR QUEM PODE EMITIR ADI

 

História de Redação – IstoÉ Dinheiro

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), quer “subir o sarrafo” de quem pode propor ações diretas de inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal, inclusive contra decisões do parlamento. “Temos parlamentares que têm coragem de enfrentar esse tema”, assegurou.

As falas de Lira são de discurso feito, na manhã deste sábado (27), na abertura da 89ª ExpoZebu em Uberaba (MG), organizada pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). A mudança nas ADI exigiria aprovação de emenda constitucional, com aprovação de três quintos dos votos dos deputados (308) e dos senadores (49), em dois turnos em cada casa parlamentar.

As ações diretas de inconstitucionalidade estão previstas na Constituição Federal (artigos 102 e 103). Conforme a norma, podem pedir ADI o presidente da República; a Mesa do Senado Federal; a Mesa da Câmara dos Deputados; mesas de assembleias legislativas ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; governadores de estado ou do Distrito Federal; o procurador-geral da República; o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; partidos políticos com representação no Congresso Nacional; e confederações sindicais ou entidades de classe de âmbito nacional.

“O que é que adianta um projeto com 400 votos no plenário da Câmara e um parlamentar entra com a ADI e um ministro [do STF] dá uma liminar?”, indagou o presidente da Câmara se referindo à suspensão de decisões tomadas no Congresso. Segundo ele, o STF recebe essas demandas “todos os dias de todos os setores” e as “discussões [jurídicas] nunca findam.”

O presidente da Câmara prometeu até o final do seu mandato, em janeiro de 2025, discutir nova legislação sobre desmatamento ilegal e exploração de minério ilegal no país. “Nós sabemos que existe e fechamos os olhos para não tratar de uma legislação. E quem paga a conta lá fora é o produtor rural indevidamente.”

Reforma tributária 

Lira prevê no seu mandato votar a regulamentação da reforma tributária. A tramitação na Câmara dos Deputados não terá relator único. “Nós vamos fazer grupos de trabalho com deputados que não tenham interesses nas áreas que vão ser tratadas para que a gente faça um enxugamento nos 500 artigos”.

Dos 513 deputados, 324 pertencem à Frente Parlamentar da Agropecuária, com membros da base do governo e da oposição. Arthur Lira prometeu que o agronegócio, assim como saúde e educação, terá tratamento “diferenciado” na regulamentação da nova legislação dos tributos.

Diante da plateia ruralista, o presidente da Câmara ainda criticou as manifestações ocorridas no Abril Vermelho, campanha tradicional pró reforma agrária que esse ano promoveu 24 ocupações em 11 estados. “Essa confusão de Abril Vermelho, a gente tem que desestimular que isso aconteça no Brasil. A segurança jurídica no campo é a única coisa que o produtor precisa para produzir, seja na pecuária, seja na agricultura.”

Crédito para os produtores 

Também presente na 89ª ExpoZebu, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, anunciou o lançamento de uma nova linha de crédito para produtores rurais para conversão de pastagens, com juros subsidiados de menos de 5% ao ano. Os recursos serão obtidos por meio de convênio do Brasil com a agência de cooperação do governo do Japão, a Jica.

Fávaro ainda prometeu que o novo Plano Safra vai atender produtores que estejam com “renda achatada” neste momento. “O presidente Lula me disse que não podemos deixar os produtores que tiverem dificuldade, por falta de preço, de renda ou de intempéries climáticas, caírem na inadimplência.

Segundo ele, já está aprovada a “repactuação de dívidas de investimentos” para todos os produtores brasileiros. “Não ficará nenhum produtor de fora que tenha necessidade. Basta protocolar no seu banco um documento falando com a incapacidade técnica de pagamento que será atendido e nós estamos vigilantes para tudo isso.”

Além de Fávaro e Lira, estiveram presentes na abertura da exposição os governadores Elmano de Freitas (Ceará); Ronaldo Caiado (Goiás) e Romeu Zema (Minas Gerais).

O post Arthur Lira defende proposta para limitar ações no Supremo apareceu primeiro em ISTOÉ DINHEIRO.

REQUALIFICAÇÃO DO CENTRO DE S. PAULO

 

História de CLAYTON CASTELANI E TULIO KRUSE – Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP 9FOLHAPRESS) – O novo projeto de requalificação do centro da cidade de São Paulo, lançado nesta sexta-feira (26) pelo governo paulista, terá obstáculos que vão desde a inflação imobiliária que a proposta pode gerar na região até a dificuldade de encontrar empresas capacitadas para executar projetos na área de construção civil extremamente diferentes.

Ao mesmo tempo, a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) ainda terá de lidar com a dificuldade comum entre propostas que dependem da indução do mercado privado para prover habitação para famílias com dificuldade de acesso ao financiamento habitacional.

A intervenção prevê R$ 2,4 bilhões de investimentos por meio de uma PPP (Parceria Público Privada), sendo R$ 1,9 bilhão aplicados pelo setor privado e R$ 500 milhões pelo governo, em valores aproximados. Em uma parceria desse tipo, os empreendedores contratados devem inicialmente custear a maior parte das obras e, posteriormente, o estado pagará contraprestações ao longo de 15 anos, com juros, dos bens considerados reversíveis. É o caso de habitações de interesse social e infraestrutura pública que fazem parte do projeto.

Para entrar no negócio, empresas participantes da concorrência disputarão áreas da cidade divididas em quatro lotes espalhados sobre os distritos Sé, República e Santa Cecília. Cada um desses lotes possui uma diversidade de obras a serem executadas pelos vencedores do certame.

Em números gerais, a oferta de residências responde por pelo menos 53% da área construída do projeto -dos 719 mil metros quadrados de edificações previstas, 382 mil serão habitações novas ou recuperadas. Isso se traduz em 6.135 unidades, sendo 5.046 novas e 1.089 retrofits (prédios antigos modernizados).

Outros 337,5 mil metros quadrados em construções serão distribuídos entre equipamentos públicos; calçadas, passarelas e ciclovias; estacionamentos; serviços e comércio; e restauro de imóveis tombados.

É a junção de atividades tão construtivas distintas a serem executadas por uma única empresa ou consórcio -ou quatro, cada uma com um lote- o que torna a execução desafiadora, segundo Bianca Tavolari, professora de direito especialista em urbanismo da FGV e do Cebrap.

“Empreendedores que atuam com retrofit não são os mesmos que fazem prédios novos, tampouco restaurações de bens tombados”, comenta. “Consórcios terão de ser montados para reunir empresas com especializações muito distintas.”

Técnicos do governo que conversaram com a reportagem ainda mostraram preocupação com a inflação no mercado imobiliário que uma proposta tão ampla pode gerar.

Ao escolher o sistema de PPP, a gestão Tarcísio mira a facilidade que o setor privado tem para negociar e pagar rapidamente pelos imóveis desapropriados. Diante dessa possibilidade, proprietários podem tentar valorizar imóveis hoje subtilizados ou abandonados ao colocá-los à venda ou empreenderem de outras formas.

Aperitivo disso ocorreu com a PPP para edificação do novo centro administrativo estadual nos Campos Elíseos, formalmente lançada há um mês pelo governador. Semanas antes da publicação da Declaração de Utilidade Pública, houve o lançamento de um empreendimento imobiliário privado em terreno onde antes havia um velho galpão fechado.

Há no centro de São Paulo uma série de estímulos oferecidos pela prefeitura para estimular empreendimentos imobiliários e a sobreposição de incentivos é também fator com potencial de valorização de terrenos, segundo Tavolari.

Fabrício Cobra Arbex, secretário da Casa Civil da gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB), afirma que a soma de diferentes programas é benéfica para o centro. “A soma desses esforços tende a acelerar a requalificação da região central”, diz.

Nunes disputará a reeleição neste ano e conta com apoio de Tarcísio e de seu padrinho político, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A dificuldade que medidas de estímulos ao setor privado enfrentam para gerar habitação para a camada da população com renda familiar de até um salário mínimo é outro ponto que poderá enfrentar críticas, caso o governo não apresente soluções convincentes. Principal oponente de Nunes na disputa pela prefeitura, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) tem forte relação com movimentos de moradia.

Na parte da PPP destinada a moradias, 6.135 apartamentos deverão ser distribuídos entre diferentes grupos, sendo 55% destinados a famílias que se enquadram nas categorias de HIS (Habitação de Interesse Social) 1 e 2, com renda familiar mensal de até três salários mínimos (até R$ 4.236 atualmente) e de três a seis salários mínimos (até R$ 8.472), respectivamente.

Os 45% restantes serão enquadrados como HMP (Habitação de Mercado Popular), cuja renda familiar dos beneficiários varia de seis a dez salários mínimos (até R$ 14.120).

O presidente da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), Reinaldo Iapequino, disse nesta sexta que o objetivo central da PPP é a requalificação do centro, e não a habitação, e que por isso o projeto é complementar a outros programas municipais e estaduais.

Iapequino afirmou que a recuperação urbanística do centro não se concretizaria se mais da metade das habitações do projeto fossem destinado às famílias que ganham menos do que três salários. Por isso, diz ele, não era possível dar mais espaço para moradias de HIS-1, grupo que concentra a maior parte do déficit habitacional.

“É por isso que os movimentos sociais reclamam muito da PPP. É que eles querem tudo para eles”, afirmou Iapequino. “Se você fizer tudo para eles, a gente não requalifica o centro. E a gente tem outros mecanismos de atingir [a queda do déficit habitacional], outras ações. É claramente isso, uma opção nossa, uma determinação nossa de trazer a classe média para morar [no centro].”

O presidente da CDHU destacou os programas Pode Entrar (da prefeitura) e os empreendimentos de investimento direto do próprio órgão estadual para as famílias mais pobres. Na PPP de requalificação do centro serão pouco mais de 1.300 unidades habitacionais destinadas ao público que ganha até três salários mínimos, segundo Iapequino.

Ele disse, ainda, que o governo estadual quer evitar a expansão de microapartamentos na região central, que tem sido uma característica da expansão imobiliária dos últimos anos na cidade. A intenção, diz Iapequino, é estimular a migração de famílias para o centro.

ÓLEO VEGETAL SERÁ O COMBUSTÍVEL DO FUTURO?

 

Vitor Dalcin, Diretor da Ambiental Santos

Haverá um tempo em que o uso do óleo vegetal será tão rotineiro na composição dos combustíveis que o descarte irregular deste produto usado deixará de ser um problema ecológico. Essa afirmação passa pela Câmara dos Deputados que aprovou o PL 528/2020, popularmente conhecido como a PL do Combustível do Futuro e agora chega no Senado.

O projeto é uma vitória os defensores da política do baixo carbono nos combustíveis. Ao elevar a quantidade de etanol aplicada na gasolina e do biodiesel misturado no diesel, o Brasil está abrindo possibilidades de novos programas para a criação de novas frentes energéticas.

Em pouco anos, produtos como diesel verde, biometano e combustível sustentável para a aviação serão realidade no mercado. Para Vitor Dalcin, Diretor da Ambiental Santos, o texto, que segue para o Senado, é um marco não apenas para o setor de combustíveis, mas para a reciclagem de óleo vegetal:

“A reciclagem de óleo vai entrar em cena pelo acréscimo gradual da mistura do biodiesel no diesel que hoje é de 14% até chegar aos 20%, previsto para março de 2030. Esse acréscimo será de 1% ao ano e de forma contínua, ou seja, em seis anos teremos combustíveis mais corretos circulando pelos motores”.

Brasil na vanguarda

O programa alavanca o Brasil como um dos destaques da transição para baixo carbono, criando um ciclo completo do óleo vegetal. O que antes seria um problema ambiental, passa a ser resolução na produção de combustíveis.

Para o diretor da Ambiental Santos, a mudança é excelente para a tão procurada meta de redução das emissões de gases de efeito estufa por quilômetro rodado, com o Brasil seguindo a tendência mundial para criar diretrizes inovadoras capazes de neutralizar esses resíduos.

O lado positivo é que 100% do óleo vegetal tem potencial de ser usado em grande escala, mas para tal façanha será necessária uma grande conscientização sobre separar óleo usado para reciclagem poderá ser usado em grande escala:

“O mesmo óleo que serviu para preparar alimentos vai deixar o papel de vilão ecológico no momento do descarte e será peça fundamental para matrizes energéticas completas” finaliza Dalcin.

A MAIORIA DOS JOVENS ENTRRE 15 E 29 ANOS QUE NÃO ESTUDAM E NÃO TRABALHAM SÃO NEGROS OU PARDOS

 

Especialistas destacam vulnerabilidade e falta de oportunidade para jovens dentro deste perfil

Reportagem: Gabriel Mileno e Thiago Aquino

Edição: Lucas Maia

A maioria dos jovens brasileiros entre 15 a 29 anos que não estudam e não trabalham é formada por mulheres nordestinas pretas ou pardas. Os dados de 2023 do IBGE revelam que mais de 3,7 milhões de jovens do Nordeste não estão no mercado de trabalho nem em instituições de ensino. A região tem a maior disparidade entre as demais quando os números consideram gênero, cor e raça.

A Agência Tatu analisou os dados educacionais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) do IBGE e constatou que dos 3,7 milhões de jovens do Nordeste que não estudam e não trabalham, mais de 2,8 milhões são pretos ou pardos.

Essa parcela da população é conhecida como “Nem-nem”, no entanto o termo é considerado pejorativo, já que a expressão pode gerar a interpretação de que esses jovens não desejam trabalhar ou estudar. Enquanto, na verdade, o perfil dessa população mostra que algumas características sociais são mais predominantes em jovens sem possibilidade de avançar na sua educação e sem renda de trabalhos formais.

Proporção populacional de jovens que não estudam e nem trabalham por região

Dados são de pessoas entre 15 e 29 anos de idade no respectivo recorte

De maneira geral, o cenário mais delicado encontra-se no Nordeste. São 29 mil pessoas “Nem-nem” a cada 100 mil jovens de 15 a 29 anos da região. O Norte possui 26 mil a cada 100 mil habitantes, em seguida o Sudeste com 18 mil a cada 100 mil. O Centro-Oeste conta com 16 mil a cada 100 mil habitantes e o Sul com 13 mil a cada 100 mil.

A maior parte das pessoas que não estudam e nem trabalham é composta por mulheres, sendo 36 mil mulheres a cada 100 mil jovens de 15 a 29 anos no Nordeste. A região tem a maior quantidade proporcional de mulheres com esse perfil entre as regiões e gêneros. No Norte são 35 mil mulheres a cada 100 mil jovens e as regiões Sudeste e Centro-Oeste estão na sequência com 23 mil a cada 100 mil habitantes. Por último, está o Sul com 18 mil mulheres que não estudam e não trabalham a cada 100 mil de 15 a 29 anos.

Para a cientista política e professora de Ciência Política da Universidade Federal de Alagoas, Luciana Santana, esses dados sinalizam um risco alarmante de vulnerabilidade de jovens. “É mais preocupante que somente a taxa de desocupação, uma vez que esses jovens não estão nem ganhando experiência laboral, nem qualificação, o que pode comprometer suas possibilidades ocupacionais no futuro”, afirma a professora.

Quando o recorte se baseia na cor/raça, as pessoas pretas ou pardas “lideram” no Nordeste, sendo 28 mil a cada 100 mil habitantes pretos ou pardos da região. Em seguida, o Norte aparece com 26 mil pessoas a cada 100 mil habitantes pretas ou pardas, 18 mil a cada 100 habitantes neste recorte no Sudeste, 16 mil a cada 100 mil habitantes no Centro-Oeste e, por fim, o Sul que tem somente 13 mil habitantes pretos ou pardos categorizados como “Nem-nem” a cada 100 mil habitantes.

Mulher é maioria entre os que não estudam nem trabalham

Os dados também evidenciam a predominância das mulheres nordestinas entre os jovens que nem estudam, nem trabalham, já que dos mais de 3.7 milhões de jovens entre 15 e 29 anos com esse perfil, mais de 2,3 milhões são mulheres. Isso representa aproximadamente 62,16% dos nordestinos nessa condição, reforçando a desigualdade de gênero e oportunidade para as mulheres que, muitas vezes, precisam abandonar seus estudos e trabalhos para cuidar da casa e da família.

Carolina Maria de Jesus* tem 22 anos e nunca trabalhou formalmente. Aos 17 anos teve que abandonar o Ensino Médio para cuidar da mãe e, posteriormente, se casou. Desde então, não voltou mais à sala de aula. Saiu do município de Viçosa, em Alagoas, e foi morar com o marido em um povoado do município de Santana do Mundaú, a 100km de Maceió. Hoje, com um filho de 4 anos e outro de 6 meses, se dedica aos afazeres domésticos.

“Queria muito estudar mas não tem como, porque moro muito distante de escolas. Se tivesse pelo menos uma creche onde meus filhos pudessem ficar, seria bom para que eu pudesse concluir os estudos ou até trabalhar”, lamenta Carolina.

Desigualdade de gênero

Joyce Martins, professora de Ciência Política da Ufal, reforça a visão machista que a sociedade e o mercado de trabalho ainda têm da mulher. “Essa análise de que a maioria dos nordestinos que não estudam e não trabalham são mulheres, muito provavelmente está relacionado a essa visão de que o trabalho da mulher é o trabalho de cuidado e que na nossa sociedade nem como trabalho é visto. Como uma obrigação biológica, uma obrigação da natureza e cada vez que a mulher tenta sair daí ela é violentada”, detalha.

A cientista política, Luciana Santana, reforça que a relação da ocupação da mulher no mercado está mais voltada aos trabalhos de cuidado e há ainda muita desigualdade de gênero.

“Nesses espaços de trabalho de formação, a gente consegue observar que tem um aspecto de gênero muito forte. Não é à toa que já vem-se discutindo sobre a desigualdade de gênero no país, que é gritante. Ainda em pleno século 21 as mulheres são as maiores responsáveis pelo cuidado de uma forma geral. Às vezes não são nem registradas formalmente”, detalha a cientista política.

Estuda e trabalha

Os dados de pessoas, entre 15 e 29 anos, que estudam e trabalham é de 7,4 milhões de pessoas em todo o país, entretanto, o quantitativo é menor na região Nordeste, em que apenas 11 mil a cada 100 mil pessoas desta faixa etária estudam e trabalham. São 1,4 milhões de pessoas que se encontram simultaneamente ocupadas no ambiente formal de trabalho e no escolar.

As demais regiões apresentam quantitativos maiores. Na melhor condição, a região Sul, conta com 21 mil pessoas trabalhando e estudando a cada 100 mil habitantes da região. Seguido pelas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Norte, com 19 mil, 17 mil e 14 mil a cada 100 mil habitantes ocupados em ambas as áreas.

A jovem Mycaelly Jeniffer mora em Maceió e concilia os estudos do curso de Direito, com o trabalho como servidora pública. A maceioense mora com a mãe e a irmã e explica que trabalhar desde os 18 anos não foi uma escolha, mas uma necessidade, já que só a mãe era responsável por sustentar a família.

“Em 2021, estava concluindo o Ensino Médio e recebi uma proposta de emprego. Eu não queria porque minha vontade era só me dedicar ao Enem, mas no meio de pandemia a situação na minha casa começou a apertar e precisei trabalhar para ajudar em casa. Já cheguei a trabalhar o dia todo, revendo material de estudo só no fim de semana, mas consegui estágio remunerado e hoje consigo conciliar melhor”, detalha Mycaelle, que é bolsista pelo Prouni.

* Na matéria produzida pela Agência Tatu, foi utilizado um nome fictício para preservar a integridade da pessoa entrevistada. Este procedimento foi adotado em conformidade com as diretrizes éticas do veículo e com o consentimento da parte envolvida.

INOVAR NÃO É SEMPRE COISAS NOVAS E PODEM ENCONTRAR SOLUÇÕES QUE NUNCA FORAM ADOTADAS

 

Igor Lopes – Innova

Primeiro, inovar não é sobre criar coisas novas, mas também encontrar soluções que, embora já existentes, nunca foram adotadas em seu projeto.

Um caso real que comprova a minha tese é o Sr. Valdir Novaki, conhecido como “O pipoqueiro mais famoso do Brasil”.

Valdir era um pipoqueiro como os outros, mas ele sentia que precisava inovar em seu mercado.

Diante disso, Sr. Valdir adotou medidas de higiene e atendimento que ninguém fazia, mas que impactava diretamente na experiência do consumidor:

• Quem chegava no carrinho de pipoca do Valdir recebia uma dose de álcool em gel nas mãos antes de pegar a pipoca.

• Ele também limpava toda a bancada (de inox) do carrinho com álcool na frente dos clientes, deixando tudo impecável.

• Em cada dia da semana Sr. Valdir utilizava um uniforme (impecavelmente branco e limpo) do qual havia um bordado sinalizando o dia da semana.

• Ao receber a pipoca, os clientes de Valdir ganhavam uma balinha de brinde, para refrescar o hálito após o lanche.

Perceba que ele inovou, sem reinventar a roda, mas apenas trazendo abordagens simples que seus concorrentes não ousavam fazer.

Por conta disso, digo que a primeira e maior característica de uma mente inovadora é questionar o tempo todo.

Afinal, ao questionar situações e circunstâncias você encontra:

• Novos problemas;

• Oportunidades;

• E soluções.

Esse loop cria um mecanismo de descobertas que leva você (e o seu projeto) a novos resultados no caminho da inovação.

No entanto, trilhar este caminho não é fácil, por isso, toda mente inovadora tem a habilidade de ser constante, sem perder o ânimo.

Sem isso, é impossível levantar todos os dias e garimpar soluções em meio às frustrações causadas pelos fracassos que surgem no caminho da inovação.

Se olharmos para a história do Sr. Valdir, você notará que o sucesso dele não foi repentino. Mesmo inovando, as coisas levaram tempo para acontecer.

Por fim, a última característica de uma mente inovadora é o desconforto.

Imagina só:

Se homens como Steve Jobs, Jeff Bezos, Elon Musk e Sr. Valdir fossem pessoas satisfeitas e confortáveis com seus resultados, será que eles teriam conquistado tudo o que conseguiram?

Provavelmente não. Sr. Valdir, por exemplo, não só recebeu a alcunha de “Pipoqueiro Mais Famoso do Brasil”, como também já viajou boa parte do país dando palestras sobre empreendedorismo.

Ok, sabemos que não inovar é ruim.

Agora, será que inovar em excesso é bom?

Os limites da inovação

Pela minha experiência empreendendo no campo da tecnologia, esses são os dois maiores erros quando o assunto é inovação:

01 – Tentar reinventar a roda.

02 – Omissão.

Quem não se lembra do Google Glass, um típico exemplo de quem tentou inovar demais e precisou recuar.

Ou então a Playstation com o PS Vita, um videogame portátil que prometia grande desempenho e resolução, mas, no final, não teve adesão dos grandes desenvolvedores e, consequentemente, dos clientes.

Ainda no mundo dos games, a Microsoft lançou o Xbox Kinect, um sensor de movimentos exclusivo que prometia substituir os controles tradicionais do videogame.

Após alguns anos de insistência e baixa adesão dos desenvolvedores e gamers, o Kinect foi descontinuado pela Microsoft.

Inovação demais, utilidade de menos.

Por outro lado, temos alguns exemplos clássicos de empresas omissas que esperaram demais e perderam o bonde.

Blackberry

A primeira empresa de celulares a proporcionar conexão Wireless em seus aparelhos, dando origem à era dos Smartphones — uma inovação que acertaram de mão cheia.

Há 20 anos, ter um Blackberry era mais exclusivo, chique e estiloso do que ter um iPhone de última geração.

Na boa, sempre gostei dessa marca.

Realmente é uma pena que a empresa mãe dos smartphones tenha ficado para trás e hoje não ser nem a sombra do que já foi.

Também temos os exemplos clássicos, né? Nokia, Kodak, etc. Que você já cansou de ver por aí.

Todas essas foram empresas que, por arrogância, excesso de confiança ou medo, ficaram na mesma e sumiram do mapa por não inovar.

Mas, há também as empresas que inovaram na medida certa:

• Microsoft: vendia software de caixinha e hoje é uma potência tecnológica tanto em produtos como em serviços.

• Toyota: uma empresa tradicional do mercado automotivo, mas que nunca perde o timming em inovação. Da era do motor a combustão aos motores híbridos, a Toyota sempre está no topo do ranking em qualidade, confiabilidade, tecnologia e conforto.

• Amazon: de e-commerce de garagem a uma potência de varejo e tecnologia.

• Nvidia: a empresa que surfou a onda dos games (quando ainda era uma marola ignorada por todos), aproveitou o boom das criptomoedas e hoje é a maior fabricante de GPUs utilizadas no desenvolvimento de IAs.

Sabe o que todas essas empresas têm em comum?

Elas não inovaram por moda, mas para resolver problemas concretos na vida de seus consumidores.

Você não pediu, mas eu dou: minha opinião

Sabe qual é o grande problema desse papo de inovação?

Ela é uma faca de dois gumes que pode:

• Fazer você se perder em meio ao vício de inovar.

• Fazer você perder pela falta de inovação.

Então, fica a pergunta:

Como inovar mesmo que você não tenha uma mente inovadora?

Tenha dados e informações concretas na sua mão. Sempre.

Se você tem dados, você enxerga gargalos que precisam ser resolvidos. Se você enxerga os gargalos, você precisa de soluções — e é aqui onde a inovação se esconde.

Na maioria das vezes, inovar é ser como o Sr. Valdir, e não necessariamente como Elon Musk.

Mindset correto é o que vai fazer você alcançar (ou não) o sucesso

Junior Borneli, co-fundador do StartSe

Mulher negra e sorridente segurando um IPad e olhando para frente (Fonte: Getty Images)

Mindset é a sua programação mental, é como você encara tudo que está ao teu redor

Mindset. Você já ouviu essa palavinha algumas vezes aqui no StartSe. Ela é importante, talvez uma das coisas mais importantes para “chegar lá” (seja lá onde for que você quiser chegar).

É sua habilidade de pensar o que você precisa para ter sucesso. E como a maioria das coisas que você possui dentro de você, ela é uma espécie de programação do seu ser. Tanto que é possível que você adquira outro mindset durante a vida, convivendo com as pessoas corretas, conhecendo culturas diferentes.

Algumas pessoas dizem que é isso das pessoas que faz o Vale do Silício ser a região mais inovadora do mundo. Eu, pessoalmente, não duvido. Fato é: você precisa de ter a cabeça no lugar certo, pois a diferença entre um mindset vencedor e um perdedor é o principal fator entre fracasso e sucesso.

Para isso, é importante você começar do ponto inicial: um objetivo. “Todo empreendedor precisa ter um objetivo. Acordar todos os dias e manter-se firme no propósito de fazer o máximo possível para chegar lá é fundamental”, diz Junior Borneli, co-fundador do StartSe e uma das pessoas mais entendidas de mindset no ecossistema brasileiro.

De lá, é importante você fazer o máximo que puder e não perder o foco, mantendo-se firme. “Não importa se no final do dia deu tudo certo ou errado. O importante é ter a certeza de que você fez tudo o que foi possível para o melhor resultado”, avisa.

Com a atitude certa, é capaz que você sempre consiga canalizar as coisas como positivas. “Você sempre tem duas formas de olhar um a mesma situação: aquela em que você se coloca como um derrotado e a outra onde você vê os desafios como oportunidades. Escolha sempre o melhor lado das coisas, isso fará com que sua jornada seja mais leve”, alerta o empreendedor.

Esses tipo de sentimento abre espaço para uma característica importantíssima dos principais empreendedores: saber lidar com grandes adversidades. “Um ponto em comum na maioria os empreendedores de sucesso é a superação”, destaca Junior Borneli.

Saber lidar com essas adversidades vai impedir que você pare no primeiro problema (ou falência) que aparecer na sua frente. “São muito comuns as histórias de grandes empresários que faliram várias vezes, receberam diversos ‘nãos’ e só venceram porque foram persistentes”, afirma.

É importante ter esse mindset resiliente, pois, nem sempre tudo será fácil para você – na verdade, quase nunca será. “Empreender é, na maior parte do tempo, algo muito doloroso. Até conseguir algum resultado expressivo o empreendedor passa por muitos perrengues. A imensa maioria fica pelo caminho”, diz.

É como uma luta de boxe, onde muitas vezes, para ganhar, você terá que apanhar e apanhar e apanhar até conseguir desferir o golpe (ou a sequência) certo. “Na minha opinião, não há melhor frase que defina a trajetória de um empreendedor de sucesso do que aquela dita por Rocky Balboa, no cinema: ‘não importa o quanto você bate, mas sim o quanto aguenta apanhar e continuar. É assim que se ganha’”, ilustra.

O problema talvez seja que alguns aspectos do empreendedorismo tenham glamour demais. “Empreender não é simplesmente ter uma mesa com super-heróis e uma parede cheia de post-its coloridos. Você vive numa espécie de montanha russa de emoções, onde de manhã você é ‘o cara’ e à tarde não tem dinheiro pro café”, salienta.

Vale a pena, porém, perseverar neste caminho. “Para aqueles que são persistentes e têm foco, a jornada será difícil, mas o retorno fará valer a pena!,” destaca o empreendedor.

DERROTA TAMBÉM ENSINA

Um ponto importante do sucesso é saber lidar com o fracasso e, de lá, tomar algumas lições para sair mais forte ainda. “Toda derrota nos ensina algumas lições e assim nos tornamos mais fortes a cada nova tentativa. A cultura do fracasso, aqui no Brasil, é muito diferente dos Estados Unidos”, afirma Junior.

No Vale do Silício, falhar é encarado algo bom, na verdade – e aumenta suas chances de sucesso futuro. “Por lá, empreendedor que já falhou tem mais chances de receber investimentos porque mostrou capacidade de reação e aprendeu com os erros”, conta o empreendedor.

Mas ao pensar sobre fracasso, você precisa ter o filtro correto para não deixar a ideia escapar. “Encarar os erros como ensinamentos e entender que falhar é parte do jogo torna as coisas mais fáceis e suportáveis”, salienta.

Foco é a palavra de ordem para você conseguir alcançar os objetivos traçados no caminho, mesmo que em alguns momentos pareça que está tudo dando errado. “Por fim, buscar o equilíbrio mental e o foco são fundamentais. Nas vitórias, tendemos a nos render à vaidade e ao orgulho. E nas derrotas nos entregamos ao desânimo e a depressão. Mentalize seus objetivos, foque nos caminhos que vão leva-lo até eles e siga firme em frente”, afirma.

É importante que você tenha noção de que para ser uma exceção, você não pode pensar da maneira comodista que a maior parte das pessoas. “Se você quer chegar onde poucos chegaram, precisará fazer o que poucos têm coragem e disposição para fazer”, completa.

                   O “não” do cliente a uma proposta. Por quê?                  

Moysés Peruhype Carlech

Fiquei pensando e ao mesmo tempo preocupado com o seu “não”, sem nenhuma explicação, à nossa proposta de divulgação da sua loja e de resto todas as lojas dessa cidade no Site da nossa Plataforma Comercial da Startup Valeon.

Esse “não” quer dizer, estou cheio de compromissos para fazer pagamentos mensais, não estou faturando o suficiente para cobrir as minhas despesas, a minha loja está vendendo pouco e ainda me vem mais uma “despesa” de publicidade da Startup Valeon?

Pergunto: como vou comprar na sua loja? Se não sei qual é a sua localização aí no seu domicílio? Quais os produtos que você comercializa? Se tem preços competitivos? Qual a sua interação online com os seus clientes? Qual o seu telefone de contato? Qual é o seu WhatsApp?

Hoje em dia, os compradores não têm tempo suficiente para ficarem passeando pelos Bairros e Centros da Cidade, vendo loja por loja e depois fazendo a decisão de compra, como antigamente.

A pandemia do Covid-19 trouxe consigo muitas mudanças ao mundo dos negócios. Os empresários precisaram lutar e se adaptar para sobreviver a um momento tão delicado como esse. Para muitos, vender em Marketplace como o da Startup Valeon se mostrou uma saída lucrativa para enfrentar a crise. Com o fechamento do comércio durante as medidas de isolamento social da pandemia, muitos consumidores adotaram novos hábitos para poder continuar efetuando suas compras. Em vez de andar pelos corredores dos shoppings centers, bairros e centros da cidade, durante a crise maior da pandemia, os consumidores passaram a navegar por lojas virtuais como a Plataforma Comercial Valeon. Mesmo aqueles que tinham receio de comprar online, se viram obrigados a enfrentar essa barreira. Se os consumidores estão na internet, é onde seu negócio também precisa estar para sobreviver à crise e continuar prosperando.

É importante você divulgar a sua loja na internet com a ajuda do Site da Startup Valeon, que no caso não é uma despesa a mais e sim um investimento para alavancar as suas vendas. Desse modo, o seu processo de vendas fica muito mais profissional, automatizado e eficiente.  Além disso, é possível a captação de potenciais compradores e aumentar o engajamento dos seus clientes.

Não adianta pensar dessa forma: “Eu faço assim há anos e deu certo, porque eu deveria fazer diferente? Eu sei o que preciso fazer”. – Se você ainda pensa assim, essa forma de pensar pode representar um grande obstáculo para o crescimento do seu negócio, porque o que trouxe você até aqui é o que você já sabe e não será o que levará você para o próximo nível de transformação.

O que funcionava antes não necessariamente funcionará no futuro, porque o contesto está mudando cada vez mais rápido, as formas como os negócios estão acontecendo são diferentes, os comportamentos dos consumidores está se alterando, sem contar que estão surgindo novas tecnologias, como a da Startup Valeon, que vão deixar para trás tudo aquilo que é ineficiente.

Aqui, na Startup Valeon, nós sempre questionamos as formas de pensar e nunca estamos totalmente satisfeitos com o que sabemos justamente por entender que precisamos estar sempre dispostos a conhecer e aprender com o novo, porque ele será capaz de nos levar para onde queremos estar.

Mas, para isso acontecer, você precisa estar disposto a absorver novas formas de pensar também e não ficar amarrado só ao que você já sabe.

Se este for seu caso, convido você a realizar seu novo começo por meio da nossa forma de anunciar e propagar a sua empresa na internet.

Todos eles foram idealizados para você ver o seu negócio e a sua carreira de uma forma completamente diferente, possibilitando levar você para o próximo nível.

Aproveite essa oportunidade para promover a sua próxima transformação de vendas através do nosso site.

Então, espero que o seu “não” seja uma provocação dizendo para nós da Startup Valeon – “convença-me”.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

sábado, 27 de abril de 2024

EM UM UNIVERSO DE 11 MILHÕES DE SERVIDORES PÚBLICOS SOMENTE 38 MIL PESSOAS PASSARIAM A TER AUMENTOS CUMULATIVOS SE APROVADA LEI NO SENADO

 

História de Marina Amaral – Agência Pública

O lobby da (In)Justiça no Congresso

O lobby da (In)Justiça no Congresso© Fornecido por Agência Pública

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), está abrindo alas para a aprovação de emenda constitucional que concede pagamento de quinquênios – 5% de aumento de salário a cada cinco anos – ao “topo do funcionalismo” (procuradores, promotores, juízes, delegados da PF e defensores públicos). Assim, Gabriela Lotta, professora de administração da Fundação Getulio Vargas (FGV), descreveu os beneficiários da PEC 10/2023, apresentada por Pacheco e em processo de votação no Senado, à jornalista Natuza Nery no podcast Assunto de terça-feira passada. 

Em um universo de 11 milhões de servidores públicos brasileiros, 38 mil pessoas passariam a ter direito a aumentos cumulativos de salário diante de uma maioria, “aquela que faz o atendimento na ponta do serviço e ganha salários muito baixos”, ela diz. Cinquenta por cento dos servidores recebem menos de R$ 3.400 por mês. Apenas 1% ganha mais de R$ 27 mil

“A gente está basicamente falando dessas pessoas que estão no topo do funcionalismo e vão receber mais salário, de maneira contínua ao longo do tempo, vinculado apenas ao tempo de trabalho, e não à performance. A PEC vai aumentar uma desigualdade que já existe no funcionalismo público e que é bastante problemática”, explicou Lotta.

O novo penduricalho, mais um na lista da série de privilégios que desfrutam o Ministério Público e a magistratura, representa um custo de mais de R$ 80 bilhões em três anos. Isso em um país que gasta R$ 160 bilhões com a Justiça, o equivalente a 1,6% do PIB, segundo pesquisa do Tesouro Nacional citada por Nery no mesmo podcast. 

Vídeo relacionado: Pacheco sobre desoneração: “Estamos abertos para discutir um novo modelo ” (Dailymotion)

Entre os 53 países pesquisados, o Brasil se destaca por gastar muito mais com a Justiça. Nos países desenvolvidos, a média de custo corresponde a 0,3% do PIB; nos países emergentes, como nós, a média também é bem inferior: 0,5% do PIB. E 83% desse custo vai para o pagamento de salários e benefícios. 

Na comparação interna, entre outros gastos públicos, a situação é ainda mais chocante. “O Bolsa Família gasta R$ 160 bilhões com 21 milhões de famílias. Um quarto desse valor [R$ 42 bilhões por ano, segundo cálculo do senador Jaques Wagner] vai ser destinado para pagar a 38 mil pessoas”, diz a professora. 

Além de cara, a nossa Justiça é ineficiente e não raro completamente injusta, como vemos todos os dias em casos estampados nos jornais. Mas, para ficar em um dado: segundo divulgado em 2023 pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), havia 210 mil pessoas presas no final de 2022 que nem sequer haviam sido julgadas. E um déficit de 236 mil vagas em nossas cadeias superlotadas que aninham o crime organizado.

Uma situação que deve se agravar se outra iniciativa de Rodrigo Pacheco vingar: a aprovação da PEC 45, que criminaliza o porte e a posse de qualquer quantidade de droga, com consequências nefastas, como comentei na coluna passada. 

Como todos sabem, isso vai aumentar as prisões, principalmente dos jovens negros e pardos. E não apenas porque os delegados vão decidir quem é usuário e quem é traficante, mas porque a condenação de não brancos pela Justiça é maior, mesmo quando portam a mesma quantidade de drogas. E viva a (In)Justiça. 

A PEC dos quinquênios deve ser votada pelo plenário do Senado na semana que vem, agora com mais beneficiários – todos do topo da pirâmide, como os recém-incluídos advogados da União, e depois na Câmara dos Deputados, onde já está a PEC 45. Se for aprovada, juízes e Ministério Público finalmente vão conseguir emplacar aumentos automáticos numa carreira vitalícia depois de mais de dez anos de luta. 

Explico: a PEC 10, em tramitação, é uma reedição da PEC 63, de 2013, que até 2022 ainda não havia sido votada e foi arquivada pelo governo de transição. Foi renumerada e reapresentada pelo senador Rodrigo Pacheco no ano passado.  

Um calendário que pode despertar suspeitas em um momento em que outra PEC, também de 2013 e paralisada desde 2018, ganhou sobrevida no Congresso neste ano. Trata-se da PEC que restringe o foro privilegiado, remetendo os processos contra parlamentares, que iriam para o STF, a instâncias inferiores, morosas e sujeitas a ingerências políticas.  

Quando foi relatada pelo senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), a PEC visava punir mais rapidamente os parlamentares, já que o STF à época era considerado moroso. Atualmente, porém, tudo que eles querem é escapar da Suprema Corte – e do ministro Alexandre de Moraes. Ou seja, a PEC foi engavetada e ressuscitada pelo mesmo motivo: garantia de impunidade. 

Com uma bomba do tamanho da PEC dos quinquênios fica difícil falar em ajuste fiscal para justificar o não atendimento das reivindicações de duas categorias em greve: os técnicos e analistas do Ibama, que contribuíram com seu trabalho para a queda de 62% do desmatamento da Amazônia no ano passado; e os professores e servidores das universidades federais, onde estudam mais de 1 milhão de jovens, mais da metade deles negros, pardos, indígenas. 

Vamos aos números: os técnicos e analistas ambientais do Ibama que são os responsáveis pela fiscalização e repressão de crimes ambientais ganham salários que vão de R$ 5 mil a R$ 15 mil mensais. Um professor com mestrado e doutorado – maioria absoluta dos docentes das universidades federais –, com uma formação ainda mais longa e exigente do que a dos juízes e procuradores, por exemplo, tem salário inicial de R$ 10 mil e final de R$ 22 mil. 

Já um juiz de primeira instância ganha R$ 27 mil a partir do momento em que assume a função e teoricamente um teto de R$ 44 mil para o salário final (que equivale ao salário de um ministro do STF). Metade deles, porém, ganha mais do que esse teto e, a depender dos pagamentos extras (retroativos, indenizações de férias, ajudas de custo), a remuneração pode chegar a extremos: 46 juízes e desembargadores ganharam mais de R$ 300 mil por mês em 2023. 

O lobby da Justiça no Congresso fere o interesse público e torna o Brasil ainda mais injusto e inseguro. Isso não cabe em uma democracia.

SUSPENSÃO DE TRECHOS DE LEI PELO STF ABRE NOVA CRISE COM O CONGRESSO

 

História de JULIA CHAIB E MARIANA BRASIL – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Os desgastes entre os três Poderes ganharam novo capítulo após o ministro Cristiano Zanin atender a um pedido do governo Lula (PT) e suspender trechos da lei que prorrogou a desoneração da folha de empresas e prefeituras.

Com a decisão, o STF (Supremo Tribunal Federal) e o Congresso devem ter novos embates, o que também vai resvalar no Palácio do Planalto, uma vez que o pedido partiu de lá e o ministro Zanin é visto como próximo ao governo -foi advogado de Lula antes de ser indicado para a corte.

Nesta sexta-feira (26), o ministro Flávio Dino, que era titular da pasta da Justiça do governo e também foi indicado pelo presidente para o tribunal no atual mandato, votou na ação concordando com a decisão de Zanin.

Uma ala do STF admite que a ação proposta pela União deve potencializar uma série de atritos entre o tribunal e o Legislativo, que acusa o Judiciário de interferir em decisões do Parlamento.

A mesma avaliação existe entre líderes do Congresso. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já prometeu reação à decisão de Zanin e conversará com aliados nesta sexta-feira (26) para definir o que vai fazer.

O caso ainda será analisado pelo plenário da corte. Auxiliares jurídicos de Lula se dizem confiantes de que a maioria dos demais ministros do Supremo vai referendar a solicitação da União.

A polêmica sobre a decisão do ministro se dá pelo fato de o STF ter, na prática, derrubado, de forma monocrática, normas aprovadas pelos deputados e senadores, o que é lido como uma afronta.

Os parlamentares reclamam sobretudo da postura do governo, que propôs a ação no Supremo, após ter buscado com o Congresso um meio-termo em relação à desoneração da folha.

Integrantes do governo afirmam que não havia alternativa a não ser entrar na Justiça. Dizem que Lula enviou uma medida provisória sobre o tema ao Parlamento no final do ano passado para evitar justamente judicializar o tema. A primeira opção que estava na mesa do governo desde dezembro era recorrer ao STF.

Aliados de Lula reclamam que o Congresso, por sua vez, decidiu retirar a prerrogativa do presidente. Esses auxiliares do chefe do Executivo ponderam que ainda estão abertos a dialogar com o Congresso e que o governo quer evitar embates entre as instituições.

O imbróglio ocorre duas semanas após um jantar de Lula com os ministros do STF Zanin, Dino, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes. O encontro ocorreu na casa de Gilmar. Estavam também no jantar os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União).

Na ocasião, foi feita uma avaliação da conjuntura política atual, e de que há focos de atritos entre os Poderes. A questão da desoneração, porém, não foi tratada no jantar.

Os participantes saíram de lá com a intenção de procurar integrantes do Parlamento e esfriar os ânimos. Moraes conversou com os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e o da Câmara, Arthur Lira. Lula também se reuniu com Lira e pretende ter um encontro com Pacheco.

A decisão de Zanin, tomada na quinta-feira (25), além de suspender trechos da desoneração da folha de empresas, também corta a alíquota previdenciária de prefeituras.

O benefício reduz a carga tributária na folha de pagamento -neste caso, a de empresas e administrações municipais. A ação foi apresentada ao Supremo na quarta (24) e assinada pelo próprio presidente e pelo chefe da AGU (Advocacia-Geral da União), Jorge Messias.

A suspensão do benefício tem efeito imediato, mas ainda será submetida ao demais ministros do Supremo. A avaliação do tema no plenário virtual começou nesta sexta e segue até o dia 6 de maio.

A desoneração da folha foi criada em 2011, na gestão Dilma Rousseff (PT), e prorrogada sucessivas vezes. A medida permite o pagamento de alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta, em vez de 20% sobre a folha de salários para a Previdência.

No ano passado, o benefício havia sido prorrogado até o fim de 2027, prorrogação aprovada pelo Congresso e estendida às prefeituras. No entanto, o texto foi integralmente vetado por Lula. Em dezembro do mesmo ano, o Legislativo decidiu derrubar o veto.

A desoneração vale para 17 setores da economia. Entre eles está o de comunicação, no qual se insere o Grupo Folha, empresa que edita a Folha. Também são contemplados os segmentos de calçados, call center, confecção e vestuário, construção civil, entre outros.

O principal argumento é que a desoneração foi aprovada pelo Congresso “sem a adequada demonstração do impacto financeiro”. O governo diz que há violação da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) e da Constituição.

Na decisão liminar -ou seja, provisória-, Zanin considerou que, sem indicação do impacto orçamentário, poderá ocorrer “um desajuste significativo nas contas públicas e um esvaziamento do regime fiscal constitucionalizado”.

A liminar repercutiu entre congressistas e setores produtivos. Para Pacheco, o governo Lula errou “ao judicializar a política e impor suas próprias razões, num aparente terceiro turno de discussão sobre o tema da desoneração da folha de pagamento”.

O presidente do Senado também afirmou respeitar a decisão de Zanin e que buscará apontar os argumentos do Congresso Nacional ao STF pela via do devido processo legal.

Zanin afirmou ainda que cabe ao STF ter “um controle ainda mais rígido para que as leis editadas respeitem o novo regime fiscal”. Hoje, no país vigora o chamado arcabouço fiscal.

A crise entre os três Poderes vem aumentando desde o ano passado, após uma série de votações do tribunal em temas polêmicos, como o marco temporal, que tramita como projeto de lei, a descriminalização das drogas e a liberação do aborto para até 12 semanas após a concepção.

Entre os conflitos mais recentes entre STF e Congresso, o adiamento da análise de vetos presidenciais em abril deste ano causou irritação de Lira, e o clima entre o governo e a cúpula da Câmara dos Deputados não teve melhora. Também não há harmonia entre os comandos da Câmara e Senado.

O Senado também aprovou proposta que criminaliza porte e posse de drogas em reação ao STF, que voltou a julgar descriminalização do porte de drogas para uso pessoal. A votação, no entanto, já foi interrompida por pedido de vista pelo ministro Dias Toffoli.

Temas como a PEC que permitiria ao Congresso derrubar decisões do Supremo e a limitação de decisões individuais de ministros do Supremo também contribuíram para a progressão de desgastes entre as partes.